segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre a Escola da Ponte (Portugal)

Conheci a ESCOLA DA PONTE de Portugal, através do olhar e das palavras de Rubem Alves. Após uma visita a essa escola portuguesa, em 2000, Rubem Alves dedicou-lhe uma série de seis crônicas publicadas no JORNAL CORREIO POPULAR de Campinas, que foram, posteriormente, transformadas em um livro: A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI;SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR.
Tudo que li foi surpreendente e encantador, pois a ESCOLA DA PONTE tem uma dinâmica inovadora e própria, com um incrível respeito ao potencial do aluno. Nada na ESCOLA é convencional. Tudo é decidido de forma coletiva e harmônica. O currículo é flexível, pois a participação e a interação professor-aluno permite um aprendizado responsável e consciente. Não existe preocupação com cumprimento de Programas ou Currículos pré-estabelecidos. Todos são professores de todos. Professores a alunos estão, simultaneamente, ensinando e aprendendo. A preocupação primeira da ESCOLA na formação do aluno está no SER. Se se depara com algum obstáculo, todos se voltam para soluciona-lo, pois dentro de uma aprendizagem cooperativa e solidária, o problema é para toda a ESCOLA. Isso é EQUIPE!
A disciplina é fruto de uma liberdade responsável, pois os alunos decidem as regras a serem cumpridas em assembléias, como também decidem o que fazer e como agir diante de uma regra desrespeitada. A família é chamada a cumprir seu papel desde a primeira reunião do ano letivo e se compromete com sua tarefa e seu acompanhamento. Os alunos se mostram felizes e criativos pois sabem que estão construindo conhecimentos para suas vidas. Enfim, como o próprio título do livro é uma escola dos sonhos... onde professores e alunos respeitam-se e valorizam-se. O vínculo existente entre eles é solidário e afetivo, daí nasce uma aprendizagem prazerosa e criativa.
Para terminar escolhi duas frases de um profissional da ESCOLA DA PONTE chamado Pedro Barbas Albuquerque, que me marcaram muito: -Os programas das disciplinas a serem cumpridos são o maior entrave ao trabalho do educador. Pois nem todos os currículos são VITAE. Há currículos que são MORTIS. – Há alunos com sorte, Há professores sem sorte alguma. Mas, neste caso, como noutro, a sorte não é um mero acaso. (Pedro Barbas Albuquerque).

Salete Micchelini

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